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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Desconstruindo-me


Carta ao meu coração

Sinto ele pulsar de uma maneira diferente, sem
ritmo, acelerado, fora de compasso e
totalmente perdido, e sem nenhum motivo, ou
melhor dizendo, por querer inventar motivos,
criar razões, apertar o freio antes da hora,
chamar a atenção, não sei qual é a dele, se é
medo ou ingratidão, se é ironia ou solidão.
Não sei o que faço, ele não me obedece mais,
parece nem me ouvir falar, eu posso gritar, mas
ele quer contrariar, um rebelde sem causa, uma
musica sem pausa, sabe se lá o que ele quer,
me fazer de refém ou me escravizar? Ele
parece não ter medo, o que sente é quase
segredo, quando falo dele é preciso sussurrar,
ele quer ser notado quando não tem minha
autorização, posso deixa-lo de castigo, mas
tudo é em vão. Ele é teimoso... e conseguiu, fui
vencida, estou sob seu controle, ele é quem
manda, suas vontades sempre foram maiores
do que meus medos, essa luta foi justa e admito
a derrota, estou rendida e aceito as
consequências, pago o preço, é quase
escravidão, mas a partir de agora obedeço só o
meu coração!

Nathalia Granato

O que os olhos Dizem?

O que os olhos dizem?
o que os olhos querem dizer?
quando não há palavras para explicar
e nem argumento para convencer.
Ei! me diga, o que os olhos podem ser?
espelhos da alma ou reflexo do coração?
e para que possam brilhar precisam de razão?
e podem dizer coisas sem permissão?
os olhos demonstram
e não... não precisam de explicação,
nem razão,
e muito menos de permissão...
talvez, ele seja sim apenas um reflexo,
um espelho de acusação...
é ele que desmente a mentira,
que entrega a paixão,
que acusa o interesse e diz tudo
sobre o coração...

Nathalia Granato 

Decadência

Decadência é não se reconhecer
Olhar pelo espelho e não se ver
No meio do barulho, não sentir falta do silêncio
Ficar em cima do muro apenas por receio

Decadência é sentir-se frágil
É decidir-se pelo mais fácil
Sentir-se incompleto
Por aquilo que não tem por perto

Decadente é não olhar para o lado
Julgar o que não entende, como errado
Ter medo do exagero
E rir só por desespero

Decadente é censurar o que sente
É permanecer no meio
Não querer conhecer os extremos
É esquivar-se dos próprios medo

Nathalia Granato

O que vem depois?

O que vem depois do temporal?
E da ressaca moral?
Sobra só o desespero
De querer algo diferente

Onde vamos chegar?
Ainda posso contestar?
Não diga que não é bem assim
E que estamos longe do fim

Não me interessa
Se o mundo inteiro tem pressa
De ver tudo mudar
De querer ser sem estar
De pagar pra ver e não olhar


Desapegue de seus medos
E eu te pago uma dose de verdade
Talvez, você prove do próprio veneno
Conheça por inteiro
E não se contente com a metade

Nathalia Granato

Escravos do poder

Escravizam suas ideias
o certo é uma questão de opinião
não acredite em meia verdade
somos robôs com coração

Realidade inventada
usam terno e gravata
dizem ser reis
falam de ordem
mas fogem da lei

Usam Máscaras e tentam se esconder
quem faz tem que pagar pra ver
feche os olhos e tente dormir
se sua consciência deixar
se seu coração permitir

Grite... faça o mundo inteiro te ouvir
esqueça os escravos do poder
mesmo que eles tenham “tudo”
e achem que podem ser donos do mundo

Nathalia Granato

Aquela Saudade

Olho por entre as grades
Prendo minha própria vontade
Tento escrever mais uma canção
Com algumas rimas e nenhum refrão

Querendo traduzir a saudade
Em versos com meias verdades
Com as mãos livres e um coração aprisionado
Pouco motivo e um medo exagerado

Essa prisão me enlouquece
Perco o juízo quando amanhece
Na madrugada me silencio
Com sua ausência e um vazio

A distancia me atormenta
E eu viro refém dessa saudade que só aumenta.

Nathalia Granato

Senhores da guerra

Eu queria era dizer algo diferente
Que fizesse com que toda essa gente
Parasse pra pensar
Esquecessem seus interesses
E entendessem que o mundo é muito mais
Do que um salário no fim do mês
Do que um sonho que se desfez
Senhores da guerra
Por favor destruam suas armas
Elas não trazem proteção
Vocês acham que sim
E nos gritamos que não
Vocês não entendem
Poderia ser tudo diferente
Até quando errar é humano?
Desde quando sonhar é estranho?
O mundo é muito mais...
Eu queria era dizer algo diferente
Que fizesse com que toda essa gente
Parasse pra pensar 

Nathalia Granato

Expressão

Despiu-se dos costumes
E foi censurado
Provou do fruto proibido
E sentiu-se culpado

Culpou-se por não aceitar calado
Por não conseguir livrar-se do pecado
Sem nenhum presságio ou exatidão
Aceitou toda e qualquer reação

Perguntaram:” Por que complicar?
Vive-se melhor
Quem não precisa questionar”

Respondeu com toda paciência
“Se expresse com urgência
Desnecessário é apenas esperar
Que um dia tudo possa mudar”

Nathalia Granato 

Desconstrução

Tudo faz sentido essa noite
Mesmo que seja só por hoje
Amanhã, posso ter outra concepção
E pedir por uma nova oração

Uma desconstrução do meu espelho
Uma agressão aos meus medos
Guardo algumas histórias
Reseto minha memória

Frágil é ser indiferente
Você acredita e não sente
Não percebe que tudo pode mudar
Ainda prefere cegamente acreditar

É difícil, não estava nos planos
Desconstruir-se pode ser um engano
Assumo as consequências
Se conhecer é questão de urgência.

Nathalia Granato

Apenas mais um louco

Nem sempre lucido ele gritou...
Que no meio de tantas outras coisas faltava o amor
Um grito incompreendido...
Pra quem não sentia falta
Apenas mais um louco qualquer
Desses que encontramos aos montes na praça da Sé
Desesperado, queria ser ouvido
Mas era tratado como bandido
Era visto pelo canto dos olhos como marginal
Mas ele não se surpreendia, já era normal
A despeito de tanto desprezo
Decidiu mais uma vez se calar
Entrou no trem e se afastou
São Paulo não era exatamente como sonhou
E ele cada vez mais perto de perder o juízo
Próxima estação: Paraíso.

Nathalia Granato

Eu Poderia...

Eu poderia dizer mil e uma palavras
e mesmo assim o mundo não me entenderia
eu poderia me esconder
mas a dor não sairia de mim
poderia agora estar parada numa estação de trem...
esperando o primeiro pra partir
Sim eu poderia...
dizer um "Adeus Até nunca Mais"
Mas nunca é tempo demais
Feche as portas da estação
deixe o último trem sair
Tenho a inútil certeza de que não devo fugir
Mas não diga nada, não quero ouvir
Tropecei em meus sonhos...
e dei de cara com a minha realidade
Não diga que certas são só as suas verdades
Eu deveria ter feito o mundo ouvir
Deveria ter me escondido,
 quando não tive coragem pra encarar
Eu Deveria sim ter pego aquele trem
e essa hora estar longe daqui
pra que pensar quando só o que precisa é sentir?

Nathalia Granato

Inconsequência

É alto, mas se for pular
Feche os olhos ao se jogar
Da janela do sexto andar
Sinta mais uma vez o vento
Faça a última ligação
Escreva mais uma canção
E voe pra qualquer lugar
Esteja a onde queira estar
Inconsequência
E alguns segundos de coragem insana
Mudaria muito
Mas não resolveria tudo
Seja como for
Seja o que quiser
Pensar demais pode envenenar
O agora, o amanhã e o nunca mais.

Nathalia Granato

Conceito

Entre o cara tatuado
E aquele quadro abstrato
Existe um conceito seu
Uma imagem que se faz em sua mente
Nem tenta entender
Você escolhe pelo que lhe convêm
Sem saber se vai tirar o sorriso do rosto de alguém
Não aceita o que é diferente
Só exige que o mundo inteiro seja como você
Não tem que ser exatamente assim
Prefere uma fantasia que agrade seus olhos
Do que a autenticidade de alguém
Que é estranho pra você
Criou suas regras...
Mas não preciso seguir
Prefiro fugir das suas leis
Do que ter que mentir.

Nathalia Granato

Entre Muros

A fumaça cobrindo os olhos por um trago
Mais um cigarro no cinzeiro
Um copo de bebida quase cheio
Afogo palavras em silêncio

Agora lá fora só tem barulho
Dentro de casa o mundo parece singular
Enquanto o que nos separa de tudo
É apenas um muro velho e vulgar

Em uma conversa com o espelho
Gaguejo, afirmo, e perco pra mim mesmo
Me perturbo, quase enlouqueço
Finjo que esqueço

Paredes que prendem lembranças,
O relógio apressando minha decisão,
No fim a escolha sempre vai ser minha,
E quem se importa se estou certa ou não?

Nathalia Granato